Sociedade e Meio Ambiente

Sociedade e Meio Ambiente

A ascensão da ciência natural se deu nos séculos XVI e XVII e pela concepção positivista, no referido período, a natureza sobrevivia por si mesma, totalmente desvinculada da ação antrópica. “Para os ecomarxistas a visão da natureza para Marx é tida com estática, pois a considera apenas em função da ação transformadora do homem, por meio do processo do trabalho, proporcionando-lhe as condições naturais desse trabalho e o arsenal dos meios de subsistência” (Diegues, 2000).
Ao longo da história a natureza tem sido concebida sob diversos pontos de vista. Mas é sob a ideologia burguesa que se cristaliza a concepção de natureza como unidade lucrativa e, a produção do espaço, ocupa o palco das relações homem-natureza. Foi criticando a economia política clássica que Marx abre uma nova possibilidade de concepção: o “Materialismo Histórico”. Em seu questionamento a natureza antecede a história da humanidade. Para ele, desde a gênese terrestre no pré-cambriano, as alterações ambientais deram-se de maneira natural. Somente no pleistoceno, da era Cenozóica, surge o homem. A evolução cerebral e a consequente evolução social e técnica distanciaram cada vez mais a humanidade das imposições e limitações impostas pela natureza. A técnica, num primeiro momento, por mais rudimentar que parecesse, sofistica os meios de extração dos recursos naturais que paulatinamente altera o equilíbrio natural dos ecossistemas. Com a crescente apropriação da natureza por meio do trabalho, o espaço intocado, a primeira natureza, transforma-se em segunda natureza. Isso significa que o processo de sedentarização da sociedade por meio da crescente utilização da técnica na produção agrícola e pecuária permitiu a geração de um excedente de produção, transformando os agricultores e criadores em produtores exclusivamente comerciais, redefinindo a relação homem natureza. O alimento como mercadoria propiciou a riqueza de alguns e a pauperização de outros. (GUERRA e CUNHA, 1996).