Sobre a autoridade secular
O autor trata de até onde se estende o poder e a autoridade dos governantes em relação ao poder e autoridade divinos. Inicialmente ele fala da necessidade de saber reconhecer até onde vão os limites das leis, posto que não é possível que um reino ou governo sobreviva sem estas. Caberia ao homem legislar sobre as questões terrenas e deixar que a palavra de deus seja a lei que rege a alma, pois seria loucura forçar a crença em algo se baseando em leis ou na força. Mesmo a igreja não deve postular nada que não esteja na palavra de deus. O autor diz que a crença ou descrença das pessoas não diminui a autoridade dos governos seculares, que a imposição não é capaz de mudar a alma das pessoas e que a responsabilidade sobre a mentira dita pelos súditos é de quem os obriga a mentir. Deus fez com que os homens tivessem mentes perversas, por este motivo que os homens da igreja tentaram governar o mundo material por meio de leis enquanto deviam governar as almas por meio da palavra de deus e os tiranos espirituais tentaram governar a alma. Os príncipes são a forma da cólera divina para punir os maus e conservar a paz exterior. Não é tarefa da autoridade secular conter os heréticos, isso é tarefa para os bispos. A força não é a ferramenta correta para conter a heresia, pois essa acaba por parecer injusta mesmo em assuntos seculares. A palavra de deus deve ter livre transito e deve ser a ordenadora da mudança no coração do povo. Não deve haver superiores entre o povo cristão, todos são igualmente inferiores frente uns aos outros, sacerdotes e bispos não são representantes de autoridade e poder, eles prestam um serviço. Os cristão só devem ser governados pela palavra de