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1) Por mais de trezentos anos, o Brasil se construiu a partir da larga utilização de mão-de-obra escrava negra. Contudo, com a assinatura da Lei Áurea em 1888, a escravidão deixou oficialmente de existir em nosso país. Depois da libertação dos escravizados, sob que perspectiva essa população foi tratada?
Se fossemos idealizar uma boa condição para os ex-escravos, seria assim; após a abolição os escravos passariam a ter uma relação diferente com seus senhores, seria de trabalhadores assalariados X patrões. Isso talvez lhes desse alguma mobilidade socioeconômica, no entanto, não foi o que aconteceu.
Após a assinatura da Lei Áurea, o Império foi substituído pela República proclamada por militares que tinham a idéia de clarear a população segundo padrões ocidentais. Assim incentivaram a imigração européia e asiática, esses povos substituíram a mão de obra escrava negra. Outro fator que influenciou para que isso acontecesse foi o conceito que tinham daqueles que tentavam resistir à escravidão; subversivos, rebeldes e violentos.
Até mesmo na industrialização que era necessária mão de obra especializada, deram oportunidade aos imigrantes sem os mesmos terem especialização alguma, ficando o negro marginalizado, oprimido, imóvel socioeconomicamente e os que conseguiam essa mobilidade se afastavam de suas raízes e tradições.

2) Leia atentamente o poema e responda as questões A, B e C.
“Os netos de seus mulatos e de seus cafusos
E a quarta e a quinta gerações de seu sangue sofredor
Tentarão apagar tua cor!
E as gerações dessas gerações quando apagarem
E a tua tatuagem execrada,
Não apagarão de suas almas, a tua alma negro!” (Jorge de Lima)

a) A que processo o autor se refere no poema?

O autor se refere ao processo de mestiçagem (miscigenação) dos povos que aqui no Brasil estiveram e ressalta de maneira crítica o processo e/ou sentimento de rejeição da “raça” (etnia) negra, por parte dos brancos e também dos afrodescendentes.

b) Que motivos levaram os