Simões Lopes Neto - Curupira
O escritor pelotense Simões Lopes Neto captou: Decadência de Pelotas como núcleo econômico sul-rio-grandense = as charqueadas. Causas: Abolição: queda rápida do consumo de charque.
Consequências: as concepções aristocráticas da elite pastoril transformaram-se em nostalgia do passado. Todos os relatos de Simões Lopes Neto transcorrem no passado, abrangendo um período histórico que se inicia depois da Independência e alcança o início do século XIX. Vários momentos significativos da formação do Rio Grande do Sul são evocados como pano de fundo de seus contos: a Revolução Farroupilha, as Guerras Platinas, a Guerra do Paraguai, etc.(há um silêncio constrangido sobre a terrível e fratricida Guerra Civil de 1893, ainda muito próxima do escritor). Contudo: os contos de Simões não são históricos, pois o interesse do ficcionista é muito mais a tragédia humana do que a pintura detalhada de um período. Simões Lopes Neto possuía um amplo domínio da matéria-prima de suas histórias. Era, portanto, um conhecimento do mundo gauchesco que se originava de duas fontes básicas: a da cultura letrada e a de sua própria observação pessoal. Sua complexa percepção da realidade social e humana da campanha sulina resulta também do conhecimento direto da vida de peões, vaqueanos, estancieiros, etc.
A visão sobre o gaúcho Inovações técnicas de Simões Lopes Neto: Ceder a voz narrativa de sua principal obra – Contos gauchescos – a um velho vaqueano, Blau Nunes. O narrador Blau Nunes = Depois de ser apresentado pelo escritor, Blau põe-se a relatar as 19 histórias (somadas a um conjunto de adágios (sentença moral; ditado: Artigos de fé do gaúcho)que integram os Contos gauchescos. Flávio Loureiro Chaves observa que Blau Nunes aparentemente subscreve todos os princípios heroicos e machistas do gaúcho, mas, no transcurso de suas histórias, acaba por contestá-los. De fato, nos contos em que a violência impera,