Simbolos
A mão exprime as idéias de atividade, ao mesmo tempo que as de poder e de dominação. Nas línguas do Extremo Oriente, expressões tais como meter a mão, tirar a mão, têm o sentido corrente de começar, terminar um trabalho. Entretanto, certos escritos taoístas (Tratado da Flor de Ouro) dão a elas o sentido do alquimista de coagulação e de dissolução, correspondendo a primeira fase ao esforço de concentração espiritual, a segunda à não intervenção, ao livre desenvolvimento da experiência interior dentro de um microcosmo que escapa ao condicionamento espacial e temporal, f. preciso lembrar ainda que a palavra manifestação tem a mesma raiz que mão; manifesta-se aquilo que pode ser seguro ou alcançado pela mão.
A mão é um emblema real, instrumento da maestria e signo de dominação. A mesma palavra em hebreu, iad, significa ao mesmo tempo mão e poder. A mão da justiça — sendo a justiça, como se sabe, qualidade real — foi na Idade Média a insígnia da monarquia francesa. A mão esquerda de Deus é tradicionalmente associada com a justiça, a mão direita com a misericórdia, o que corresponde à mão do rigor e à mão direita da Shekinah, segundo n Cabala. A mão direita é a mão que abençoa, emblema da autoridade sacerdotal, assim como a mão da justiça é o poder real. Embora não se trate de um princípio absolutamente constante, a direita* corresponde mais, na China, à ação, a esquerdo*, ao não agir, à sabedoria. Essa mesma polaridade pode, além disso, ser considerada como a base dos mudra hindus e budistas.
Segundo o cânone budista, a mão fechada é o símbolo da dissimulação, do segredo, do esoterismo. A mão do Buda não 6 nada fechada, quer dizer, ele não guarda em segredo nenhum ponto da doutrina.
Mas tanto no budismo como no hinduísmo o simbolismo essencial é o dos mudra, gestos da mão, dos quais indicaremos os principais.
A iconografia hindu utiliza, particularmente:
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