Shintoma

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O sinthoma é uma elaboração do último ensino de Lacan para referir-se ao modo como o sujeito fará uma amarração entre os três registros, qual seja, em forma de nó. O sinthoma vem a ocupar o quarto lugar desse nó e permitirá dar um nome a sua letra de gozo no final da análise. Entretanto, o sintoma não é da mesma ordem dos outros três. O sinthoma se produz no lugar onde o traçado do nó comete erro, onde há uma falha. Trata-se do incurável de cada um, na medida em que se está condicionado pela lalíngua e não pela linguagem. O sinthoma designa uma formulação significante que está além da análise, o núcleo do gozo que está imune à eficácia de um símbolo. Longe de pedir uma dissolução psicanalítica, o sinthoma é o que permite viver e proporciona uma organização singular do gozo (que permanece fora do campo interpretativo e parte dele não é acessível pelo significante, o que justamente é contemplado na concepção do sinthoma).
Se pensarmos em um percurso, pode-se dizer que o sintoma proliferação de sintomas, no começo da análise, seguindo até a constituição, via operação de redução, de um sinthoma (que estrutura a vida psíquica) como nova forma de solução para o modo de gozar, no final. Logo, o sinthoma está no sintoma em potência, faltando uma causa eficiente, o trabalho de análise, para transformá-lo em ato, para atualizá-lo. O sintoma é curável, o sinthoma não.
O sinthoma é apresentado pela expressão “tudo menos isso”, ou seja, ponto sobre o qual não se pode ceder, aquilo que não cessa, que não pode ser tratado pela linguagem porque é êxtimo à cadeia significante. Esse sinthoma como identificação do sujeito ao seu próprio gozo e que funciona como elemento articulador, enodando os registros real, simbólico e imaginário; articula também os elementos dispersos, dando corpo ao sujeito “fora de órbita” ao conectá-lo com seu próprio gozo. Este é um argumento de comprovação que o sinthoma é especificamente neurótico, já que não se trata de qualquer tipo de enlaçamento, ele

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