shalompas

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A emigração pode ser uma fuga à pobreza e à crise. Mas isso não significa que os emigrantes sejam sempre os mais pobres dos pobres, nem que toda a migração tenha origem na pobreza. Está mesmo demonstrado que a probabilidade de se emigrar é tanto maior quanto maiores forem os recursos económicos e culturais mobilizáveis para se avaliar as oportunidades de emigração e, eventualmente, concretizar um projecto migratório.
A variedade das migrações é pois bastante maior do que geralmente se pensa. Por exemplo, existe com frequência nas populações migrantes uma maior percentagem de indivíduos com qualificações superiores do que entre os não migrantes. Portugal não foge a esta regra: usando dados da OCDE referentes a 2001, apenas 8% dos portugueses com mais de 15 anos tinham formação superior, valor que subia para mais de 19% no caso dos imigrantes. Por outro lado, e segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, 21% dos estrangeiros residentes no nosso país em 2009 eram originários da UE, valor só ligeiramente inferior ao dos originários dos PALOP: 25%. A invisibilidade relativa da imigração europeia, qualificada e próspera tem consequências políticas importantes. Em particular, contribui para construir uma imagem da imigração como problema, como ameaça, e justificar assim políticas baseadas no medo. Contrariar essa imagem passa por realçar a diversidade da imigração, ou seja, por realçar a semelhança, mais do que a diferença, entre populações migrantes e populações não migrantes.
Além do conceito de Darcy Ribeiro sobre como se fundou a sociedade brasileira – através da miscigenação da “raça” branca (português), negra (povos africanos) e índio (nativos brasileiros) – outros autores ao olhar de outra maneira, menos “poética”, olham, além deste primeiro momento da miscigenação um tanto forçada na maior pare do tempo entre estes três grupos.

Outros grupos que fizeram parte da formação da sociedade brasileira vieram, principalmente, da Europa. Muitos países da

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