SHAKESPEARE O Espeta culo 2015

SHAKESPEARE
O Espetáculo

Prólogo – Abertura das Cortinas.
Música (TRILHA GRAVADA).
Uma moldura vazia em frente à imagem de Shakespeare.

JOGRAL 1
“Reinos em um mesmo palco, príncipes atores e monarcas por observar a pompa cênica.
Oh, perdoai! Dado que uma figura errada pode, em pouco espaço, testemunhar por um milhão.
Deixai que nós, cifras desta enorme conta, trabalhemos a força da vossa imaginação.
Completai as nossas imperfeições com os vossos pensamentos:
Em mil partes dividi um homem
E criai uma potência imaginária;
Pensai, quando falamos de cavalos, que os vedes
Imprimindo os seus altivos cascos na terra acolhedora;
Que a partir desse momento, as vossas imaginações trajem os nossos reis, e que os levem voando através do tempo, transformando os acontecimentos de vários anos em apenas uma hora de ampulheta.
Assumimos o Coro desta história;
O qual, à laia de prólogo, pede à vossa caridosa paciência
Que ouça com mansidão e julgue com bondade a nossa peça.”

Com vocês (tambores), Sir William Shakespeare

Movimentação intensa para saída de cena. Shakespeare mistura-se ao Coro e posiciona-se na moldura, onde a plateia o percebe apenas no fim da movimentação (saída do Coro). SHAKESPEARE 1 — Quem vos fala é William Shakespeare e o que acabastes de ouvir é meu prólogo para a peça Henrique V. Peço para que imagines agora a Inglaterra. Às margens do rio Tâmisa, temos aqui o Globe Theatre, a construção em madeira onde minhas peças vão ser encenadas. Tradicionalmente, elas eram apresentadas sempre durante o dia. Mas, diante de tal distinto público, as teremos no tempo de agora e com os costumes de antes: minhas peças sempre tiveram cenário significativo, quero dizer, um trono pode representar um palácio, uma cruz pode ser uma igreja ou cemitério, um arbusto – uma floresta. Aliás, na verdade, tudo isto aqui é palco, cenário. Digo, tudo mesmo, o mundo. E todos os homens e mulheres não passam de meros atores. Eles entram e saem de cena. E cada um no seu