seumario

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As mudanças são como milagres que não acontecem por acontecer. Torna-se, então, necessária a interação social e a percepção do outro para que alguém, predisposto afetivamente de forma positiva, impulsione os milagres e estes realizem o que parecia impossível de se realizar: redirecionar atitudes, mudar ambientes e comportamentos que resultem no bem-estar de todos.
No filme Bagdá Café, do cineasta alemão Percy Adlon, as personagens principais, Brenda e Jasmin são duas mulheres que pertencem a universos distintos. A primeira, mulher negra, proprietária de um pequeno hotel, uma mulher enérgica, mas sobrecarregada pelas responsabilidades do dia-a-dia, dividida entre as tarefas domésticas e atribuições de quem é mãe, e ainda precisa desdobrar-se para administrar o pequeno negócio de onde tira o sustento da família. A Segunda, uma senhora branca, gorda, culta e sensível, vivendo sob a tirania do marido que a abusava psicologicamente, tratando-a como um ser inferior, mantendo-a numa condição de subserviência absoluta.
Brenda teve coragem de se libertar do marido omisso e negligente, mesmo que para isso tenha sido necessário renunciar à vida sexual, que era satisfatória. Absolvida entre tantos afazeres, Brenda esqueceu de sorrir, pior ainda, esqueceu de valorizar as pequenas realizações dos três filhos e até mesmo de motivá-los a continuar progredindo.
As transformações na vida dela começaram quando Jasmin chega ao hotel de Brenda, logo após sair daquele casamento infeliz. Jasmim não descobrira seu valor, mas sabia reconhecer o de outros. Distinguia onde era preciso fazer ajustes e dispunha-se a fazê-los sem que alguém pedisse, mesmo que lhe custasse alguns dissabores.
A princípio, removeu resíduos que embaciavam o ambiente de trabalho de Brenda: a poeira da escrivaninha e dos vidros da janela. Retirou dali tudo o que era inútil, deixando o ambiente iluminado e espaçoso. Sendo hóspede do hotel de Brenda, deveria ser servida, no entanto, passou a servir. A outra,

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