Serviço social

No primeiro capítulo, os judeus alemães aspiram à emancipação civil, à emancipação política. O Estado cristão só pode conduzir-se à sua própria maneira diante do judeu, isto é, como Estado cristão, segregando os judeus dentre os demais súditos. Mas tampouco pode o judeu conduzir-se com relação ao Estado senão à maneira judaica, ou seja, como um estranho ao Estado, opondo à nacionalidade real sua nacionalidade quimérica e à lei real sua lei ilusória. Segundo Bauer, a Questão Judaica se resolve através da emancipação de si mesmo. A forma mais rígida da antítese entre o judeu e o cristão é a antítese religiosa. E uma antítese se resolve tornando-a impossível, neste caso, abolindo a religião. O judeu e o cristão precisam reconhecer que suas respectivas religiões nada mais são do que fases diferentes do desenvolvimento humano e dessa forma, se enfrentarão no plano crítico, científico e não mais num plano religioso.
Para Bauer, a questão judaica tem um alcance geral, pois se trata das relações entre a religião e o Estado, da contradição entre as cadeias religiosas e a emancipação política. A emancipação da religião se coloca como condição, tanto para o judeu que se quer emancipar politicamente, como para o Estado que o emancipa e deve, ao mesmo tempo, ser emancipado. Quando já não houver religiões privilegiadas, a religião terá deixado de existir. Se suprimirmos da religião sua força de exclusão, já não haverá religião. Bauer exige, assim, que o judeu abandone o judaísmo e que o homem em geral abandone a religião, para ser emancipado como cidadão. E, por outro lado, considera a abolição política da religião como abolição da religião em geral. O Estado que pressupõe a religião não é um verdadeiro Estado, um Estado real.
Na Alemanha, onde não existe um Estado político, um estado como tal, a questão judaica assume um significado puramente teológico. O judeu está em contraposição religiosa com o Estado que tem por fundamento o cristianismo. Na França, durante o Estado