Serviço Social

JOSÉ ORLANDO L. SOUZA

FICHAMENTO COMENTADO

Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e Questão Social.

“A TESE DA IDENTIDADE ALIENADA”

NATAL, OUTUBRO DE 2014
IAMAMOTO, Marilda Villela. A produção teórica brasileira sobre os fundamentos do trabalho do Assistente Social. In: Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2010. Páginas: 283-293.

A tese da identidade alienada

No livro “Serviço Social: identidade e alienação” (2010), a autora Maria Lúcia Martinelli, traz de forma pioneira, já em 1989, a questão do Serviço Social como fruto das desigualdades sociais emergentes na sociedade capitalista, além de ser ele o “arranjo” das classes dominantes para frear os avanços das lutas das classes trabalhadoras, bem como a aproximação das contradições internas da profissão (vinculadas aos preceitos da Igreja e definições das encíclicas papais), com as articulações do capitalismo para favorecimento da reprodução das relações sociais, pautadas no consumo excessivo de bens de consumo não duráveis e na exploração dos trabalhadores assalariados.

Dessa forma, Iamamoto chama a atenção ao propósito da obra de Martinelli que se caracteriza em “[...] compreender o real significado da profissão na sociedade do capital e sua participação no processo de reprodução das relações sociais [...]” (idem), conforme salientei no primeiro parágrafo.
Partindo dessa autocrítica do Serviço Social brasileiro e na América Latina, Iamamoto comentando a análise de Martinelli afirma que a autora toma por base a reconstrução da história da formação do movimento operário na Europa, apresentando a trajetória da racionalização da assistência social, de sua origem no seio das instituições conservadoras (Igreja Católica, Estado, burguesia industrial) e de sua função política no interior dos conflitos da “questão