Serviço Social
Questão Social deve ser entendida como um termo, uma expressão que mais esconde do que permite elucidar seu conteúdo concreto como expressão da luta de classe, de resistência e organização dos trabalhadores. Portanto, se opõe radicalmente a mera preocupação conceitual. Contudo, entende que a enevoada apropriação da expressão (descolando-a das reais categorias que a envolve) inviabiliza a construção de posturas, encaminhamentos, ações críticas e construtivas frente as suas manifestações reais na sociedade. E, nesta ordem, dimensionam-se obstáculos concretos frente ao projeto profissional no sentido de estratégias de enfrentamento das expressões da “questão social” em oposição ao projeto neoliberal. Coloca-se a análise da “questão social” sendo indissociável das configurações assumidas pela relação entre capital e trabalho, implicando considerar a contradição entre as forças produtivas e o desenvolvimento da sociabilidade humana, num movimento em que a reprodução da desigualdade social acompanha a reprodução ampliada da riqueza. Nesta ordem, remete ao modo peculiar de produção e exploração que desde o século XIX revelava ser radicalmente nova a dinâmica da pobreza que então se generalizava. Pois, pela primeira vez na história registrada a pobreza crescia na razão direta em que aumentava a capacidade social de produzir riquezas. No modo peculiar de exploração na sociedade capitalista se efetiva um marco de contradições e antagonismos. Assim, “questão social” é mais que problemas e/ou manifestação social. É a expressão (conceitual e concreta) da sociabilidade erguida sob o comando do capital, com todos os efeitos sociais que emergem da luta pela apropriação da riqueza social criada a partir do trabalho não pago. A necessidade de apreender suas múltiplas expressões e formas concretas assumidas no cenário contemporâneo vai além do aspecto da pobreza. Pois, essas manifestações expressam, disparidades