Sentido da coloniozação

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O “sentido da colonização” de Caio Prado Jr
O objetivo desta seção é apresentar as características principais do modelo interpretativo de
Caio Prado Jr. Logo no início de sua obra, ao tratar do “Sentido da Colonização”, o autor explicita sua posição metodológica, que se assemelha muito à postura metodológica de Marx.
Emparelhemos as duas citações para ficar clara a comparação:
“Todo povo tem na sua evolução, vista à distância, um certo ‘sentido’. Este se percebe não nos pormenores da sua história, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais que a constituem num longo período de tempo”.
(Prado Jr, 1981, p. 13).
“A sociedade burguesa é a organização histórica mais desenvolvida, mais diferenciada, da produção. As categorias que exprimem suas relações, a compreensão de sua própria articulação, permitem penetrar na articulação e nas relações de produção de todas as formas de sociedade desaparecidas, sobre cujas ruínas e elementos se acha edificada, e cujos vestígios, não ultrapassados ainda, leva de arrastão desenvolvendo tudo que fora antes apenas indicado que toma assim toda a sua significação, etc. A anatomia do homem é a chave da anatomia do macaco. O que nas espécies animais inferiores indica uma forma superior não pode, ao contrário, ser compreendido senão quando se conhece a forma superior.” (Marx, 1978, p. 120).
Em primeiro lugar, há que se ressaltar que os objetivos de Caio Prado e Marx são diferentes. Enquanto este último fala da passagem de um modo de produção a outro, Caio Prado não destaca rupturas deste nível, e nem utiliza em sua obra o conceito de modo de produção. O que há em comum nas duas citações é a relação entre passado e presente, a idéia de que, ao se conhecer o resultado do desenrolar da história, é possível então, a partir do conhecimento do presente, olhar para trás para identificar quais as relações mais importantes para se compreender a dinâmica das sociedades passadas que a distanciavam ou que a desenvolveram

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