Seminário EPI UFRGS
Angelo Segrillo
INTRODUÇÃO Após a queda do muro de Berlim, em novembro de 1989, símbolo da chamada ‘cortina de ferro’ e da divisão do mundo em duas partes - uma capitalista, liderada pelos Estados Unidos, e outra Socialista, comadada pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) - profundas mudanças estrutuais atingiram os países ex-socialistas. Nesse sentido, analisando as transformações vivenciadas pelos referidos Estados sob o enfoque da Teoria Democrática, resta entender se é possível considerar somente aspectos políticos-eleitorais em sua transição democrática, ou se é preciso, igualmente, considerar os aspectos de democracia econômica.
Se, por um lado, a democracia política permite acesso ao controle do poder político por parte dos cidadãos, por outro a democracia econômica permite acesso ao controle dos meio de produção por qualquer cidação. De acordo com Weber, ter poder político significa participar do poder ou da luta para influir na distribuição de poder, seja entre Estados ou entre grupos dentro de um Estado. Por outro lado, o poder econômico influencia o poder político. Com efeito, de acordo com Gonçalves (2005, p. 71) prestígio, poder e riqueza são fontes de diferenciação social. Assim, poder econômico pode resultar em poder político (Bottomore, 1965, p. 14) e a riqueza depende da posse dos meios de produção, a referida democracia econômica.
Além disso, no contexto de ruptura do bloco comunista e dos processos de privatizações em países em desenvolvimento, evidenciou-se que burocratas (membros de grupos de status) com posições de privilégio dentro do aparelho de Estado tornaram-se grandes empresários ou enriqueceram, de forma rápida e extraordinária, por meio dos processos de privatização de empresas estatais. O que essas experiências recentes mostram é que grupos controladores (burocratas,