Semin Rio Resumo Do Cap Tulo 7

Capítulo VII - A Crítica Admnistrativa da Burocracia

Para Motta, a interpretação cultural da teorização de Weber concentrou atenção demasiada no “tipo ideal” de organização burocrática e a consequente tentativa de verificar se as organizações reais se adaptavam a ele ou não. Segundo Motta, o que é mais rico na sociologia política de Weber e que deve receber o foco da atenção em seu trabalho é a teoria da dominação.

Motta diz que a dominação deve ser entendida como um estado de coisas no qual as ações dos dominados aparecem como se estes houvessem adotado, como seu, o conteúdo da vontade manifesta do dominante e que embora a dominação seja uma forma de poder, as duas não são a mesma coisa. Segundo sua definição, poder é a possibilidade que alguém ou um grupo tem de realizar sua vontade, mesmo quando esta vai de encontro à vontade dos demais agentes da ação comunitária.

A perspectiva de Motta é que a manifestação de qualquer dominação se dá sob a forma de governo, pois as tarefas que precisam ser realizadas exigem constante treinamento e crescente experiência, levando ao que Weber chama de dominação mediante organização ou dominação organizada. O formalismo, a impessoalidade e o profissionalismo burocrático levam a uma administração heterônoma, onde a autoridade flui de cima para baixo, assumindo um forma piramidal de caráter monocrático, ou seja, a obediência ao princípio da unidade de comando. Isto significa a ausência de qualquer autonomia individual ou social no que diz respeito à participação no processo administrativo.

De acordo com Tragtemberg, para Weber, burocracia é um tipo de poder, é igual à organização, é um sistema racional em que a divisão do trabalho se dá de forma racional para atingir um objetivo e que a burocratização do mundo moderno constituía a maior ameaça à liberdade individual e às instituições democráticas das sociedades ocidentais. Para ele, a burocracia era um perigo e, portanto, devia ser sempre controlada pelo Parlamento.

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