Semantica do poema
1. INTRODUÇÃO
1.1 Várias são as técnicas empregadas em crítica literária, mas um dos resultados a que todas chegam parece ser o de evidenciar que, em oposição à prosa, a poesia se distingue por uma singular unidade de estrutura. Com isso, quer-se dizer, as mais das vezes, que na poesia a forma do discurso e seu significado se amalgamam numa unidade superior. Assim, no Epílogo de seu extenso livro, Wimsatt e Brooks declaram: ”(“...) a concepção a que chegamos implícita em toda a nossa exposição,bem como nos raros lances de argumentação que nos permitimos,é a de que a” forma” efetivamente abrange e penetra a “mensagem”, de modo a construir-se em significado profundo e substancial, mais que em mensagem abstrata ou ornamento separável. Tanto na dimensão científica ou abstrata como na dimensão prática ou retórica, existem, a um só tempo, a mensagem e os meios de comunicá-la; entretanto, a dimensão poética é aquele significado vividamente unificado que coincide com a forma.” Embora, dada a natureza do caso, os críticos literários lidem com a linguagem da poesia em suas análises, via de regra não utilizem as técnicas da linguística estrutural para fundamentar seus juízos. Nos capítulos que se seguem, a poesia será examinada do ponto vista da linguística estrutural. Os resultados da analise apoiam a concepção de que a poesia se distingue por uma singular espécie de unidade. A analise revela certas estruturas que são peculiares à linguagem da poesia e que funcionam de modo a unificar os texto em que funcionam de modo a unificar os textos em que aparecem. As tais estruturas chamamos ACLOPAMENTOS (couplings). Como essa estrutura, pelo que sei, não foi até agora particularizada na poesia, pode- se considerá-la como de molde a prover outra base – uma base linguística – para a suposição de que a poesia exibe tal estrutura singular. Ademais, a concordância a que chegaram à análise linguística e as análise dos críticos literários, cujo