Segurança alimentar

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As eleições municipais e as violações no campo
Dia 16 de outubro celebra-se o dia Mundial da Alimentação. Não há muito o que comemorar: quase um milhão de pessoas passam fome, o meu país é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo e usa produtos banidos em outros países. Depois dos medicamentos, os agrotóxicos são o segundo maior agente de intoxicação no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. A FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura e a Oxfam, confederação internacional que luta contra a fome e a injustiça, fazem um apelo aos governos para que fortaleçam a pequena agricultura, familiar e campesina, e não cedam às pressões do agronegócio. As violações dos direitos dos campesinos se multiplicam com os investimentos do setor privado na agricultura, modelo que acumula terras, água e recursos naturais, diminui a biodiversidade e a segurança alimentar, aumenta os níveis de emissão de gases de efeito estufa e os conflitos de terra. Setenta por cento dos famintos do mundo vivem na zona rural, onde a agricultura é a principal fonte de renda.
Enquanto isso, no Brasil, a senadora Kátia Abreu, PSD- TO, presidente da Confederação Nacional da Agricultura e líder da ultra-reacionária bancada ruralista do Congresso, vai se tornando aliada do governo Dilma. Especula-se que ganhe o Ministério da Agricultura com a reforma ministerial, que acontece após as eleições municipais como acerto de contas de apoios e coligações. Em seu blog, o jornalista Leandro Fortes escreveu, "Kátia Abreu é a representação física e institucional dessa cultura perversa que produz resultados econômicos vibrantes nos campos de soja e miséria humana e ambiental em todo o país". O Mato Grosso, considerado potência agrícola brasileira, importa 70% dos alimentos que consome. Lá, um pé de brócolis vale 18 reais. De que riqueza estamos falando, afinal? Das caminhonetes, churrascos, obesidade, infartos e hospitais? Ou de uma população sadia e autônoma, que lida mais com a