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Victor St. Manzato, RA: 158480, Turma: HZ141B
Atividade 04 – Introdução à Ciência Política
1- A matéria da Folha de SP traz à tona um importante evento do qual é possível observar com mais clareza àquilo que estudamos nas últimas aulas. Vimos nas mídias populares, quase diariamente, casos em que o Estado usa de seus instrumentos de poder para coagir determinado grupo ou pessoa. No caso lido, vemos uma instituição bélica tendo a mesma — e possivelmente maior — legitimidade que a polícia, por essa estar deveras desgastada.
É compreensível a escolha do Exército ao invés da PM, pois essa, em seu período de ocupação, matou 16 pessoas e deixou 8 feridos provando, mais uma vez, o quão despreparados e precários estão, e com isso, perdendo muito de sua já baixa legitimidade. É importante salientar que em mídias alternativas foi registrado que a ocupação da PM foi tratada com certa indiferença e desconfiança pelas pessoas que estavam nas ruas naquele momento, o que reforça o elemento de uma baixa legitimidade que aquela instituição tem em relação aos moradores do Complexo. Entretanto, moradores e comerciantes do Complexo, disseram que não esperam atuação diferente do Exército em relação ao da PM.
Tendo o Exército o poder de polícia (poder concedido pela Garantia de Lei e da Ordem) é questionável se as medidas que tomarão são avaliadas pela desproporcionalidade de suas forças, pois claramente os instrumentos de força de uma instituição bélica são — ou deveriam ser — imensuravelmente maiores que os da polícia. Contudo, deve-se também questionar se tais medidas são as mais corretas para combater a violência e o tráfico nas favelas, pois o que parece estar em jogo não é a questão da pacificação, mas o de poderes concorrentes ao Estado. Podemos entendê-lo como uma disputa sangrenta entre quem tem o maior poder de coerção; e nisso está contido quem tem a maior legitimidade da população; e é um elemento influente quem tem o maior poder sobre os moradores não criminosos.