Sartre-Existencialismo

O existencialismo sartriano é um humanismo pagão, e é uma da mais recentes formas da relação entre Filosofia e vida, de modo a haver coerência e engajamento nos caminhos da vida. Decorre de uma mudança entre Filosofia e existência. Sua reflexão nasce na crise existente entre a duas guerras mundiais, principalmente com a destruição material e espiritual, associada ao distanciamento do romantismo. Seu pensamento faz antítese ao Humanismo Tradicional nascente no século XVII, este que outrora visualiza a hegemonia do homem, a liberdade do pensamento e a autonomia da razão como pressupostos do significado de homem na pergunta “o que é o homem?” determinando o progresso científico a partir do interesse humano durante os quatro últimos séculos seguintes através das artes, ciência e tecnologia. Jean-Paul Sartre (1905-1980) propõe um outro humanismo, diferente da tradição humanista tradicional dos séculos anteriormente citados.
O Humanismo Tradicional tinha por elementos básicos a tentativa de compreender a “essência humana”. René Descartes (1596-1650), fundador do pensamento moderno, definiu a subjetividade como ponto de partida para sua teoria e prática e, espírito como um ser pensante – coisa pensante. O conhecimento começa na essência do objeto e se descobra nos seus atributos, portanto, é o conteúdo principal e que determina as qualidades naquilo que desejamos conhecer. Era concebido a existência da alma ou interioridade com certa autonomia – uma essência que poderia ser conhecida e expressa completa ou menor grau secundariamente, lembrando uma certa correspondência nas questões de “ser em ato” e “ser em potência”, de Aristóteles.
O Humanismo Moderno, vê a própria capacidade do homem em pensar como a dita essência que o difere e caracteriza-o. O existencialista, isto é, alguém que considera primeiro a existência humana e depois e essência humana, assim, também, para Sartre não existe qualquer determinação humana antes que ele venha a existir, nada define o homem