Salvador Dali - A Persistência da Memória

311 palavras 2 páginas
Em 1934, Salvador Dali, pintor catalão radicado em Paris e uma das figuras líderes do grupo surrealista, expõe numa galeria de Nova Iorque, o quadro "A persistência da memória", o que se tornaria num dos momentos fundamentais da sua carreira artística, responsável pelo incremento da sua notoriedade pública. De facto, os relógios moles - designação muitas vezes atribuída a este quadro - transformaram-se de imediato num dos ícones mais fortes e característicos da sua obra.

Na tela encontram-se representados três relógios que marcam diferentes horas tendo como fundo a paisagem de Porto Lligat, localizado no norte de Espanha, (memória de infância de Dali). Segundo o próprio autor, a solução formal dos relógios derivam de um queijo camembert que Dali se encontrava a observar enquanto pintava. As suas formas sensuais têm uma evidente conotação sexual, nomeadamente o que se encontra no centro do quadro, estendido sobre uma pedra que simula o retrato do artista.

Dali via os relógios como instrumentos normalizados e exactos que traduziam de forma objectiva a passagem do tempo. O facto de os dotar de formas orgânicas remete-os para o universo de prazer, recordando a dimensão fugidía do tempo e o sentido de ambiguidade que a evolução temporal introduz pelo cruzamento da percepção da realidade com a casualidade e inexplicabilidade da memória.

Esta pintura traduz o interesse do pintor pelas conquistas da ciência moderna, cruzando teorias mais abstractas de física, nomeadamente a relatividade de Einstein, que colocou em causa a ideia de espaço e tempo fixos, com as pesquisas de Freud relativamente ao inconsciente e à importância dos fenómenos dos sonhos. A duplicidade de sentido das imagens e as inúmeras interpretações que promovem assim como a tendência para a criação de cenas absurdas repletas de signos indecifráveis, levaram a Dali a designar esta forma de arte de crítica paranóica, em tudo oposta a uma visão racional do

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