salmos
O dia foi longo para Maria. Trabalhou bastante até conseguir deixar tudo em ordem e a seu gosto.
Seu irmãozinho, Fernando, de apenas seis anos de idade, apenas brincou o dia todo em um banco de areia que havia no quintal.
A noite não demorou a chegar e logo a família se reuniu para jantar.
Maria sentia falta dos barulhos da noite na cidade. Tudo ali era tranqüilo demais.
Havia dois quartos na casa, uma sala, a cozinha e o banheiro.
Dormiria com seu irmão em um quarto, enquanto seus pais ficariam com o outro.
O fim de semana passou rápido. Na segunda-feira ela teve de ficar sozinha com seu irmão, pois seus pais tiveram de ir para a floricultura que era distante dali.
Procurou fazer todos os seus afazeres de manhã para que tivesse algum tempo para brincar com Fernando.
Sentia falta de ter pessoas para conversar, mas acreditava que aos poucos se acostumaria.
Era difícil passar o dia todo apenas na companhia de seu irmão. Seus pais sempre chegavam quando já estava escuro.
Com o passar dos dias sentiu que não gostava de ficar dentro de casa. Era fria e úmida, bem diferente de quando chegou.
Vivia constantemente usando blusas, mesmo quando o sol brilhava lá fora.
Apenas Fernando não sentia o mesmo, vivia arrastando seus carrinhos pelo chão usando apenas bermudas.
Sentia-se cada vez mais sozinha e até mesmo chegou a comentar isto com seus pais, que não se importaram muito, dizendo que tudo não passava de uma fase de transição.
Passou a achar que enlouquecia. Toda vez que se deitava para dormir, não conseguia pegar no sono.
Virava de um lado pro outro tentando achar a melhor posição.
Deixando o quarto sempre o mais escuro possível, e mesmo assim passou a ver imagens estampadas na parede.
Esfregava os olhos várias vezes, mas elas não desapareciam. Pensava ser coisa de uma mente alucinada.
Noites a