Ruy Moreira

Segundo o autor, a geografia que hoje conhecemos se dá no século XIX. O desenvolvimento da mesma ocorre em duas grandes filiações, as sociedades de geografia e as universidades. A geografia produzida nas sociedades, refere-se ao estudo de um conhecimento de tudo que se que está relacionado aos povos e aos territórios em diferentes cantos do mundo, realizada por naturalistas, militares e cientistas. A que se produz nas universidades tem um cunho essencialmente científico, reunindo professores e pesquisadores para a atualização e, posteriormente, um embasamento à ciência geográfica.
Passo adiante, o autor relata no final do século XIX, a passagem do capitalismo à sua fase superior: o imperialismo. Tal sistema desencadeará no plano da política internacional, uma intensa luta entre as potências imperialistas pela divisão e disputa pelos continentes em zonas de influência. Em outras palavras, ela passa então a ser inteiramente desenvolvida com a finalidade de servir ao Estado, uma espécie de ramo descritivo e cartográfico que servia para auxiliar a administração do governo. Mediante isto a geografia que descrevia as atividades humanas na sociedade e natureza foi praticamente sufocada naquela época.
Como exemplo disso, a realização da Conferência Internacional de Geografia de 1876.
A Conferência de Bruxelas sob a presidência de Leopoldo II, revelará o papel das sociedades de geografia com o propósito da criação da Associação Internacional Africana (AIA). Assim, a (AIA) estabeleceria o seu objetivo na Conferência, o propósito de dominação do continente africano. Posteriormente a (AIA) se transformaria em Associação Internacional do Congo (AIC). A Conferência que até então, segundo o autor, combinava em uma ação conjunta das potências, começava a destoar e aparecer as suas contradições na partilha dos domínios de território, sendo preciso a realização de uma nova conferência para acertar as arestas: a Conferência de Berlim.
As sociedades de geografia são