Ropadovani

1026 palavras 5 páginas
Medo, muito medo, nunca senti tanto e posso afirmar que dói, que corrói, que vem machucando dia após dia, que te faz perder o ar. O simples fato de levar ar para o pulmão, uma coisa que é tão simples, tão indispensável, isso também me faltava. O desespero de perceber que você não vive. Sabe qual é a coisa mais difícil de enfrentar? É quando tudo desmorona e você percebe que não vive, sabe o que é pior? Sobreviver! Eu tive uma crise de pânico, e no meio de tudo o que senti – bem, eu não consigo e talvez eu não queira descrever aqui a sensação, mas digo que queima, congela - ... no meio de tudo que senti eu pude perceber como eu estava vivendo, e o que mais doeu, não foi a vida simples que eu levo aqui, não foi as baladas que não vou, aos barzinhos que não frequento, as bebidas que não bebo, os bancos da pracinha que eu não sento, ou o sorvete que eu não tomo como minhas amigas na sorveteria da esquina.. E sim as risadas, inúmeras risos que eu deixei de dar por não ir a esse lugares, por somente sobreviver. Então eu me vi com o melhor presente que eu poderia ter ganho em todo o mundo nas mãos, fazendo dele uma caixa vazia, onde eu só depositava, depositava.. nada!
Meu presente é a minha vida, e desse dia em diante eu resolvi customizar a caixa, fazer dela o lugar mais feliz, com as melhores histórias, com as fotos mais engraças e por que não dizer as mais bobas e ridículas também – não aquelas tiradas fazendo biquinhos no espelho, por que essas definitivamente não, não mesmo! - Com ataques de risos daqueles de doer à barriga, e chorar de tanto rir! Resolvi colocar amor lá dentro também, aquele puro, protetor, carinhoso, companheiro. Dominante e selvagem por que não?! Se é amor, vale não é mesmo?! Eu penso assim! Lógico que não esqueci do sorvete na sorveteria da esquina, de passas ao rum por favor, meu preferido. Me deu vontade de ver o por do sol, de caminhar na areia, de sentir o vento bagunçar com todo meu cabelo e ser leve, leve como uma pena, aquela

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