Romantismo, segunda geração
Fortemente influenciada pela poesia de Byron e Musset. Impregnada de egocentrismo, negativismo, boemia, pessismismo, dúvida e tédio constante - características do ultra- romantismo, o verdadeiro "mal-do-século". Seu tema preferido é a fuga da realidade, que se manisfesta na idealização da infância, nas virgens sonhadas e na exaltação da morte. Destacam-se como nossos representantes do mal-do-século, os poetas:
.:. Álvares de Azevedo
.:. Junqueira Freire .:. Fagundes Varela
Álvares de Azevedo
(1831-1850)
Nasceu em 1831 e, antes de completar 21 anos, morreu de tuberculose. Adolescente dilacerado por seus conflitos íntimos, representa a experiência humana e literária mais dramática do nosso Romantismo. Sua obra, sobretudo na Lira dos Vinte Anos, encontramos a produção mais importante do ultra-romantismo entre nós.
Fruto da influência de Byron, de diferentes ângulos é enfocada a temática da morte, do sonho, da evasão, da fantasia. Por outro lado, encontramos um tom de sarcasmo em relação ao próprio ultra-romantismo de que tal poesia está impregnada. Toda a obra de Álvares de Azevedo foi escrita entre 48 e 52, durante o tempo em que freqüentava a Faculdade de Direito de São Paulo e os poucos meses que viveu no Rio. Foi escrita às pressas, com a preocupação de quem sente a morte aproximar-se e a única forma de agarrar-se à vida é escrever para a posteridade. É uma obra cheia de imperfeições e descuidos. Apesar de essencialmente imaginativo e fantasioso, sempre mantinha os pés no chão e é por isso que muitos críticos apontam na sua obra prenúncios de realismo.
"Lembrança de morrer"
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura c
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria