Ritos Religiosos

Ritos Religiosos
Os espanhóis acreditavam que estavam levando aos nativos a verdadeira crença, a verdadeira e legítima fé. Do ponto de vista europeu, as práticas dos nativos eram obra do demônio, e para que ocorresse a verdadeira ‘conquista espiritual’ essas crenças e práticas deveriam ser totalmente erradicadas.
A verdadeira religião vinculada às estruturas de estado desapareceu em regiões como o México e Peru. Porém, os cultos locais continuavam a existir de maneira ilícita, e os índios foram obrigados a abrir mão de suas festas importantes e das práticas que aos olhos dos espanhóis eram extremamente chocantes, como por exemplo, o sacrifício humano. O curso da vida dos nativos foi drasticamente modificado. Um dos exemplos dessa mudança foi a inserção de algumas crianças na religião católica e tal fato culminou num conflito de gerações. Essas crianças andavam em bando e destruíam os ídolos dos nativos, estavam constantemente protestando contra as práticas dos índios, vistas como pagãs pelos colonizadores.
Percebe-se, que no decorrer da conquista, a sociedade nativa passou por uma forte desestruturação que toca no âmbito demográfico, econômico, social e também, espiritual. Entretanto, certas estruturas sobreviveram um tanto fragmentadas e modificadas, mas foram essas continuidades parciais, que garantiram que tradições nativas pudessem ser passadas adiante, enquanto simultaneamente, sustentavam a hegemonia espanhola.

Tradição e aculturação
-Wachtel se pergunta sobre até que ponto as tradições nativas se defrontaram com as práticas europeias sob o domínio colonial (percebe-se que isso vai de encontro ao texto do gruzinski, guerra das imagens, onde eles acoplam os costumes espanhóis aos nativos, vide virgem de Guadalupe)–.
No interior da população nativa houve um contraste que se caracterizava pela aculturação social de alguns senhores e a continuação por parte dos homens do povo a sua tradição. Os espanhóis se beneficiavam dessa adoção de costumes europeus