Revista "A Ordem" e o Centro Dom Vital

Criada na década de 1920 pelo grupo católico mais expressivo no movimento de restauração católica no Brasil, a revista A Ordem surgiu num momento em que a Igreja Católica tentava ampliar sua influência na sociedade. Um programa restaurador que procurava unificar o catolicismo brasileiro e ordená-lo de acordo com as diretrizes traçadas por Roma, indo contra movimentos que surgiam no país, como o próprio modernismo.
As mudanças ocorridas com a chegada do século XX (como liberdade religiosa, liberdade de imprensa, separação de Igreja e Estado), assim como o início da República no Brasil, faziam com que a Santa Sé repensasse seu papel diante da nova organização social que se estabelecia. Houve uma organização mundial da Igreja Católica no intuito de fortalecer o poder Papal. No Brasil, a forma de permanecer no meio político foi através das elites, influenciando-as principalmente através da educação católica, motivo pelo qual a formação de Universidades Católicas foi um dos pontos mais defendidos pelo grupo restaurador. Alguns intelectuais se destacaram neste processo de restauração e luta pela criação das Faculdades Católicas, como é o caso de Jackson Figueiredo e Alceu Amoroso Lima, diretores da revista A Ordem.
Jackson de Figueiredo (diretor da revista entre 1921-1928) foi a figura mais representativa da época de um intelectual conservador. Propunha uma reação cristã contra o “liberalismo burguês” e para isso contava com o apoio da elite intelectual, responsável por divulgar a mensagem evangelizadora e disseminar a fé católica. Jackson de Figueiredo foi crucial no processo de inserção católica no meio político da época, assim como no processo de formação da elite intelectual católica brasileira.
Após sua morte (1928) lançaram uma edição especial da revista em sua homenagem, na qual alguns textos inéditos do ex-diretor foram publicados, dentre os quais, “Carta a Alceu Amoroso Lima”, na qual dizia acreditar que o único sistema capaz de desenvolver uma verdadeira