Resumo

Resumo
O problema do mal se tornou uma constante inquietação na vida de Agostinho. A percepção do mal, ou de sua presença, indica sua existência ou um erro de interpretação da realidade, em ambos os casos vê-se criado um problema de ordem moral, ontológica, religiosa, existencial, e em análise filosófica. Contudo, as respostas oferecidas por tais correntes filosóficas não satisfizeram o inquieto coração do hiponense. O ensaio de uma resposta a esse problema ocorreu tardiamente, em O livre-arbítrio, obra na qual Agostinho busca enfrentar, juntamente com seu interlocutor, Evódio, o problema da origem do mal moral, vinculando-o à vontade humana. O mal não existe, propriamente falando, não possui consistência ontológica; é, fruto da vontade livre do homem, do uso exacerbado e equivocado de sua liberdade, liberdade essa que constitui em si um grande bem e um dom de Deus. Neste trabalho, pretende-se evidenciar como o bispo de Hipona busca inocentar Deus da acusação de ser o autor do mal, mostrando que a causa da presença do mal no mundo deriva do abuso do livre arbítrio, visto que, considerado em si mesmo, este atributo da vontade é um bem e um dom do Criador concedido ao homem.

Palavras- chave: Mal. Ontológica. Vontade. Livre- arbítrio.

ABSTRACT
The problem of evil has become a constant concern in the life of Augustine. The perception of evil, or their presence indicates its existence or interpretation of reality error, in both cases it is seen created a problem of moral, ontological, religious, existential and philosophical analysis. However, the responses offered by such philosophies did not satisfy the restless heart hiponense. The test of a response to this problem occurred late in Free will, work in which Augustine attempts to face along with his interlocutor, Evodius, the problem of the origin of moral evil, linking it to the human will. Evil does not exist, properly speaking, has no ontological consistency; is fruit of the free will of man, the