Resumo transcritivo do prefácio e da primeira parte do livro A Dimensão Estética Autor: Herbert Marcuse

1740 palavras 7 páginas
Prefácio
Este ensaio pretende contribuir para a estética marxista mediante a impugnação de sua ortodoxia predominante. Por “ortodoxia” compreendo a interpretação da qualidade e verdade de uma obra de arte em termos da totalidade das relações de produção existentes. Concretamente, esta interpretação considera que a obra de arte representa os interesses e a visão de mundo de determinadas classes sociais.
A minha crítica desta ortodoxia baseia-se na teoria marxista [...]. Ao contrário dos estetas marxistas ortodoxos, vejo o potencial político da arte na própria arte, na forma estética em si. [...] a arte é absolutamente autônoma perante as relações sociais existentes. [...] a arte subverte a consciência dominante, a experiência ordinária.
A arte pode ser revolucionária em muitos sentidos [...] pode ser revolucionária se representa uma mudança radical no estilo e na técnica.
Para além disso, uma obra de arte pode denominar-se revolucionária se [...] representar, no destino exemplar dos indivíduos, a presente ausência de liberdade e as forças de rebelião, rompendo assim com a realidade social mistificada (e petrificada) e abrindo os horizontes da mudança (libertação).
Neste sentido, toda verdadeira obra de arte seria revolucionária, isto é, subversiva de percepção e da compreensão, uma acusação da realidade estabelecida.
A diferença obvia na representação do potencial subversivo deve-se à diferença de estrutura social com que estas obras se confrontam [...].
[...] a literatura não é revolucionária por ser escrita para a classe trabalhadora ou para a “revolução”. A literatura pode ser revolucionária num determinado sentido, só em referência a si própria, como conteúdo tornado forma. O potencial político da arte baseia-se apenas na sua própria dimensão estética.

Parte I
Numa situação em que a infeliz realidade só pode modificar-se através da práxis política radical, a preocupação com a estética exige uma justificação. [...] Parece que a arte pela arte expressa

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