resumo teoria do fracasso escolar cap 1

Resenha do capítulo 1 - Raízes históricas das concepções sobre o fracasso escolar: o triunfo de uma classe e sua visão de mundo, do livro A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia, de Maria Helena Souza Patto.

Maria Helena Patto procura no primeiro capítulo do livro a produção do fracasso escolar afirmar qual é a história dos insucessos escolares, demonstrando, por meio do materialismo histórico que há intima relação entre eles e a realidade social dos alunos ‘fracassados’; a saber, os fracassos escolares são, em maioria, provenientes dos segmentos mais pobres da sociedade. Sua análise passa por diferentes marcas da história da educação, de modo a demonstrar que o fracasso ao qual se chegou foi determinado pelas condições ideológicas e políticas enraizadas nos sistemas de ensino. O primeiro ponto no qual ela se deterá, justamente no intento de argumentar sobre o conceito de fracasso, diz respeito das possibilidades de sucesso dentro de um sistema capitalista e liberal.
Ao final do século 19, chamada “era do capital” (p.17), considera-se que a posição da burguesia enquanto classe dominante já estava bastante estabilizado, isso as custas da submissão da classe operária. Assim, observando essa classe que começava a mostrar indícios de incômodo com a situação de opressão, a burguesia se voltou à proteção de seus interessantes por meio de reformas sociais que afastassem ao máximo o proletariado de decisões e ações realmente políticas.
Pragmaticamente falando, o proletariado do período se via cada vez mais atraído à vida nas cidades, que cresciam de forma desgovernada, incapaz de oferecerem infraestrutura a todos os moradores. O campo, paulatinamente, foi abandonado, já que oferecia condições de vida menos vantajosas. Migração esta que se acentuou com o “capitalismo agrário” (p.18). Processos migratórios também ocorriam em grau internacional, de modo que as massas se dirigiam aos polos de produção, como Europa central e Estados Unidos.