Resumo Stuart Mill - Clássicos da Política 2
Stuart Mill foi testemunha de mudanças fantásticas tanto na sociedade como na política e na economia de seu país, a Inglaterra. Ele não viveu nos primeiros tempos da Revolução Industrial, mas foi contemporâneo de seu apogeu, quando as tribos das ferrovias inglesas se estendiam por todos os continentes, atravessando regiões onde antes nada havia passado.
Tão importantes quantos estas transformações na economia e na sociedade inglesa daquela época foram as mudanças que se verificaram na política daquele país. Nesta dimensão, os resultados podem ser agrupados em dois grandes blocos. (1) Em primeiro lugar temos a constituição de um conjunto de instituições capazes de canalizar e dar voz à oposição, criando um sistema legítimo de contestação pública. (2) Em segundo lugar, temos o alargamento das bases sociais do sistema político, com a incorporação de setores cada vez mais amplos da sociedade. Esse último processo se realizou mediante a expansão da participação eleitoral. As grandes reformas eleitorais terminaram por universalizar o direito do voto pelo menos para a população masculina, ao mesmo tempo em que aumentavam a representatividade da tradução dos resultados eleitorais em cadeiras no Parlamento.
A existência de oposição é um fato inerente a todo e qualquer processo político. Tomado em sentido bem amplo, é através da política que toda sociedade enfrenta uma questão crucial: quais os critérios que irão presidir a alocação da riqueza e estes valores são finitos, a insatisfação é um resultado previsível em qualquer decisão politica. Isto significa que o processo politico sempre traz latente uma dose de competição que pode no máximo ser abafada, mas nunca eliminada. A “invenção” moderna está em criar mecanismos para absorver esta competição, institucionalizando procedimentos capazes de dar voz á insatisfação, ao mesmo tempo em que neutralizam os componentes desagregadores presentes na atividade da oposição, tornando-a alternativa de governo.
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