Resumo Não põe corda no meu bloco

A origem, as características, bem como as contradições decorrentes de conceitos prontos e estáticos da Gramática Tradicional são pontos veementemente norteadores do texto "Não põe corda no meu bloco", de Marcos Bagno. Aqui, Bagno faz um retrocesso histórico acerca da Gramática, a fim de que se entenda a postura normativa da mesma Gramática. Somada a isso, é explícita a postura "antigramatiquice" deste autor, visto que, tomando como base os preceitos da Lingüística, detecta vários problemas entre os ideais normativos da Gramática. Em outras palavras, no texto ora referido, o qual é subdividido em quatorze tópicos, Bagno procura desmistificar várias noções folclóricas a respeito de possíveis "erros" da língua, atribuindo a esta o aspecto científico oferecido pela Lingüística.
Trata a Gramática Tradicional como uma grande corda responsável por separar os falantes em vários blocos, isso conseqüentemente justifica o título de seu texto. Além disso, também evidencia as contradições contidas nos conceitos da Gramática ao afirmar que "a Gramática Tradicional não tem bases científicas" (p. 22). Isso se dá pela razão de não levar em consideração a intenção do falante ao discursar, o contexto de utilização da linguagem, nem a diversidade lingüística de acordo com as especificidades de cada comunidade. Além disso, Bagno salienta acerca da naturalidade da língua falada, uma vez que esta apresenta variedades em demasia, colocando-a como um fator "natural", ao mesmo tempo em que se frisa também o caráter "artificial" da ortografia, por se basear em critérios estáticos e obsoletos da Gramática.
O caráter homogêneo da língua proposto pela Gramática Tradicional é categoricamente condenado por Bagnopor meio das orientações e noções da sociolingüística, da semântica, da pragmática e da sintaxe, que surgem no texto para dissipar noções folclóricas de "erro" e atribuir à língua a devida característica dinâmica e heterogênea que possui internamente. Considerando fatores