Resumo do livro "A ciencia do Direito"

Para iniciar a discussão sobre a Ciência do Direito é necessário analisar o termo “ciência”. A ciência busca complementar o conhecimento comum através de métodos utilizados para que se tenha maior segurança ao chegar-se ao resultado. Há as ciências da natureza, que têm como objetivo a explicação dos fenômenos; e as ciências humanas que pretendem compreender os fatos, acrescentando um caráter valorativo aos fenômenos. Na Ciência do Direito não se discute apenas a compreensão ou a ausência valorativa; mais que isso, é uma ciência voltada ao estabelecimento de normas que regem o controle social.
O caráter científico da Ciência do Direito está relacionado ao conhecimento sistemático, ou seja, um conhecimento encontrado e aprovado pelo método próprio dessa ciência normativa. Assim, busca-se interpretar os textos e os casos para que se aplique na prática.
O autor Tercio Sampaio traz no livro um panorama histórico da Ciência do Direito, para abordar suas justificações nos diversos contextos sociais. Inicia-se com a jurisprudência romana, que não se importava em tratar o Direito como ciência. O foco estava em criar definições seguras e critérios distintivos para a resolução dos conflitos jurídicos, como intuito de agir e prescrever juntamente com a descrição e observação do saber e dos fatos jurídicos.
Já na época dos glosadores, a Ciência do Direito é tida como uma ciência dogmática que parte do conflito entre razão e vontade, utilizando da dialética e retórica de Aristóteles como método. No século XVII surge a relação entre ciência e pensamento sistemático através dos jusnaturalistas. Assim, a ciência jurídica desenvolve o caráter dogmático através da sistematização do Direito e da crítica à realidade social.
No século XIX, estabeleceu-se uma nova sistemática da Ciência do Direito a partir de uma revisão do modelo jusnaturalista, surgindo assim a análise histórica do Direito. Esta tinha como objetivo tratar o direito positivo como um acontecimento histórico, sendo