Resumo do AMOR no Tratado das Grandes Virtudes
As virtudes são os nossos valores morais vividos, ou seja, só passam a ser valores quando postas em prática.
André Comte – Sponville escreveu o “Pequeno Tratado das Grandes Virtudes”, onde indicou as virtudes mais importantes para si, o que são e ainda o que deveriam ser. Entre elas destacamos o amor, tema que passaremos a abordar de seguida. 2.1.1. O que é o amor?
Nós não amamos o que queremos, nem o que escolhemos. Amamos o que desejamos, no entanto, não amamos por dever.
O amor, se nasce da sexualidade como Freud dizia, não pode reduzir-se a ela, sendo que vai muito além dos nossos prazeres eróticos. É toda a nossa vida, privada ou pública, familiar ou profissional, que só é válida proporcionalmente ao amor que nela pomos ou encontramos. Por que trabalharíamos se não fosse o amor ao dinheiro ou ao trabalho? Porquê a Filosofia se não fosse o amor à sabedoria?
É, pois, neste tratado que o seu autor propõe três definições de amor que, apesar de parecerem completamente opostas, acabam por se relacionar e por representar as diferentes fases do amor de um casal, por exemplo.
2.1.2. Vertentes do amor
2.1.2.1. Eros
Esta é a definição dada por Platão, no seu célebre livro “Banquete”. Neste é referido o discurso de Aristófanes: “Outrora, nossa natureza não era como hoje, era bem diferente. (…) Cada homem constituía um todo (…); tinham quatro mãos, o mesmo número de pernas, dois rostos totalmente idênticos num pescoço perfeitamente redondo, mas uma cabeça única para o conjunto desses rostos opostos um ao outro.” Este diz-nos que havia três géneros: os machos, que tinham dois sexos de homem e que vinham do Sol; as fêmeas, que tinham dois sexos de mulher e vinham da Terra; e os andróginos, que tinham os dois sexos e vinham da Lua. O problema é que como eram tão fortes tentaram alcançar o céu para combater os deuses. Então, Zeus, para os castigar, cortou-os em dois, acabando a sua unidade e felicidade. A partir daqui cada um foi obrigado a procurar a