Resumo de o capital - a mercadoria
A riqueza das sociedades capitalistas configura-se segundo Marx em “imensa acumulação de mercadorias”, e a mercadoria, vista de forma isolada, é a forma elementar dessa riqueza. A mesma é um objeto externo, ou seja, uma coisa que por suas propriedades, satisfaz as necessidades humanas, seja quais forem essas necessidades. Cada coisa útil pode ser considerada sob duplo aspecto, segundo a qualidade e quantidade. A variedade dos padrões de medida das mercadorias decorre da natureza diversa dos objetos a medir e também da convenção. A utilidade de uma coisa faz dela um valor-de-uso, o mesmo só se realiza com a utilização ou o consumo. Os valores-de-uso constituem o conteúdo material da riqueza, independente da forma social dela. Na sociedade capitalista, os valores-de-uso são, ao mesmo tempo, os veículos materiais do valor-de-troca. Como valores-de-uso, as mercadorias são, antes de qualquer coisa, de qualidade diferente, como valores-de-troca, só há diferenciação na quantidade. Portanto, a mercadoria é caracterizada por seu valor de uso e valor de troca. Um valor-de-uso ou qualquer outro bem só possui valor, porque nele está corporificado trabalho humano abstrato, ou seja, a mercadoria é produto do trabalho. O que determina a grandeza do valor de uma mercadoria é a quantidade de trabalho socialmente necessária ou o tempo socialmente necessário para a produção da mesma. De acordo com Marx “como valores, as mercadorias são apenas dimensões definidas do tempo de trabalho que nelas se cristaliza.” Entretanto, uma coisa pode ser útil e fruto do trabalho humano sem ser mercadoria. Quem produz algo para sua própria necessidade gera valor-de-uso, mas não mercadoria. Para criar mercadoria, é necessário não só produzir valor-de-uso, mas produzi-lo para outros, dar origem a valor-de-uso social. Para que haja efetivamente a produção de mercadorias, é necessária a divisão social do trabalho, porém, a produção de mercadorias não é condição