Resumo cap 23 ceslo furtado

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Capitulo 23: O problema da mão-de-obra

O Brasil conheceu no ultimo quartel do século XIX e primeiro decênio do século XX outro grande movimento de população: da região nordestina para a amazônica. A economia amazônica entrara em decadência desde fins do século XVIII. Desorganizado o engenhoso sistema de exploração de mão-de-obra indígena estruturado pelos jesuítas. A base da economia da bacia amazônica eram sempre as mesmas especiarias extraídas da floresta que havia tornado possível à penetração jesuítica na extensa região. Desses produtos extrativos o cacau continuava a ser o mais importante. A borracha estava destinada no começo do século XX a transformar-se na matéria prima de procura em mais rápida expansão no mercado mundial. Sendo a borracha um produto “extrativo” o problema de como aumentar sua produção para atender a uma procura mundial crescente se afigurava extremamente difícil. A evolução da economia mundial da borracha desdobrou-se em duas etapas: durante a primeira encontrou-se uma solução de emergência para o problema da oferta do produto extrativo, a segunda se caracteriza pela produção organizada em bases racionais, permitindo que a oferta adquira a elasticidade requerida pela rápida expansão da procura mundial. A imigração europeia para a região cafeeira deixou disponível excedente de população nordestina para a expansão da produção da borracha. O imigrante europeu, exigente e ajudado por seu governo chega à plantação de café com todos os gastos pagos. Ao final do ano buscava outra fazenda que lhe oferecessem qualquer vantagem. A situação do nordestino na Amazônia era bem diversa: começava sempre a trabalhar endividado, para alimentar-se dependia do suprimento que realizava o mesmo empresário com o qual estava endividado. A grande distancia e a precariedade de sua situação financeira reduziam-no a um regime de

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