resposta a arnaldo jabor

Para o Arnaldo Jabor
De tudo quanto se escreve, agrada-me apenas o que alguém escreve com o próprio sangue. (Nietzsche).
As palavras do sr. Jabor, em relação as manifestações contra o aumento das tarifas, me provocaram asco. A repulsa, as náuseas, a ira já se fizeram presentes em meu ser nos últimos dias, diante da cobertura da mídia e dos comentários daqueles que abertamente são os maiores interessados na manutenção da desigualdade. Mesmo analisando ingenuamente o seu discurso, não é possível que o retiremos do patamar do desprezível.
Pensando ingenuamente é que citei o filósofo no início. Não há nada mais fascinante do que ouvir um discurso onde se evidência uma real vivência relacionada aquilo que se quer expressar. Se fala com alma, com brilho, com conhecimento de causa. Se fala “com sangue”! Este é o primeiro ponto: O que sabe esse senhor sobre os impactos negativos causados na vida financeira do trabalhador com a falta dos míseros vinte centavos a que ele se refere? O que sabe esse senhor sobre as consequências que esse desfalque, resultante da multiplicação do uso diário desse valor, pode gerar no orçamento familiar?? E ainda vale lembrar que o aumento não se restringe a vinte centavos, uma vez que a integração com o metrô passou para abusivos cinco reais!! Sabe disso esse, senhor?? Já andou de ônibus esse senhor?? Isto em si, meu caro já seria uma causa.
Causa justa!!! Essa que o senhor acredita não existir, tendo em vista que os entusiastas responsáveis pelas manifestações são, segundo o senhor, provenientes apenas da classe média. Classe média esta que, segundo o seu julgamento, teriam condições de pagar a tarifa numa boa, apesar de não valerem vinte centavos. Analisando sob apenas uma perspectiva pode até ser que não valham mesmo, bem como os pobres, mencionados pelo senhor, também não devem valer, já que não deve estar sobrando nem vinte centavos em seus bolsos, diante da esmagadora carga tributária a que são submetidos e que sustenta também as