Resenhas antiga

Universidade de São Paulo
História Antiga II

Resenha:
FAVERSANI, F. Entre a República e o Império: apontamentos sobre a amplitude dessa fronteira. Maré Nostrum, 4, 2013.

No início do texto, o autor apresenta como problema para historiografia a periodização no que concerne à Antiguidade Romana. Logo no início, ele apresenta o que será o tema central do artigo: a ruptura (ou não) entre República e Império romano.
O primeiro movimento do autor é combater o argumento de Harriet Flower, no livro “República Romana”, em que ela afirma que a periodização, para a historiografia, é tão necessária quanto os pontos em uma sentença e os parágrafos em um texto. Faversani usará esta metáfora para ilustrar seus argumentos ao rebater o texto da autora.
Criticando a periodização, o autor pretenderá discutir a separação entre República e Império, revisitando a historiografia a respeito do tema ao mesmo tempo que trava um diálogo com as fontes da época para confirmar sua tese.
Ele a presenta, em seguida, a visão predominante, na qual existe uma ruptura drástica entre República e Império. Dentro desta perspectiva, há uma mudança drástica na forma de articulação da elite.
Antes de apresentar o principal nome dentro desta perspectiva, ele aponta para um autor cujo trabalho consistia em enxergar a continuidade entre os regimes como algo que teria estimulado outras perspectivas historiográficas que desembocaram nas teses que defendem a ruptura. Tal fato se dá por que este autor, Theodor Mommesen apostava na transição uma vez que ele possuía uma visão constitucionalista e, deste modo, ele concebia a estabilidade romana na estrutura jurídica com efeito normativo, a qual, segundo ele, continua presente no Império justamente por ser estrutural.
Tal visão, segundo o autor, teria sido alvo de rechaço após a primeira metade do século XX, justamente pela ojeriza que o universo jurídico-político causava após os episódios envolvendo a ascensão legal de Stálin, Mussolini e Hitler.