Resenha

ARIÈS, Philippe: História social da criança e da Família. São Paulo: LTC Editora, 1981, p. 17-41, Capítulos 2-3.

Capítulo 2: A Descoberta da Infância
O capítulo em comento representa a discussão sobre o desconhecimento da infância ao longo dos séculos, trazendo as diversas formas de como eram vistas as crianças, época em que apenas o tamanho da criança o distinguia dos adultos, não sendo as crianças caracterizadas ou diferenciadas dos adultos por nada, além disso. A criança somente existia enquanto uma extensão do pai e que não se constituía enquanto sujeito. Até o século XII ou XIII (arte medieval) inexistia na Europa o conceito de infância tal como ocorreu mais tarde, especialmente a partir do Iluminismo.
Segundo Ariès, é mais provável que não houvesse lugar para infância nesse mundo. Uma miniatura otoniana do século XI, nos dá uma ideia impressionante da deformação que o artista impunha então aos corpos das crianças, em um sentido que nos parece muito distante de nosso sentimento e de nossa visão (p. 17). Ou seja ao dar conhecimentos as outras coisas existentes por meio da arte medieval, existia certa ausência por parte da sociedade que não enxergava na criança sua/uma infância.
O texto coloca que numa sociedade considerada romântica não existia a caracterização da criança, as quais eram consideradas homens menores, o que se tinha era um tratamento de recusa às crianças em reação a sua à sua infância. No mundo das fórmulas românticas, e até o fim do século XVII, não existem crianças caracterizadas por uma expressão particular, e sim homens de tamanho reduzido (p.18).
Ressalta o autor que os homens dos séculos X-XI não se detinham diante da imagem da infância, que esta não tinha para eles interesse, nem mesmo realidade. Isso faz pensar também que no domínio da vida real, e não mais apenas no de uma transposição estética, a infância era um período de transição, logo ultrapassado, e cuja lembrança também era logo perdida (p. 18). Em outras palavras, não havia