Resenha O Reino Encantado de Monteiro Lobato

RESENHA

REINO ENCANTADO
MONTEIRO LOBATO

A obra que inicia a série de livros infantis escrita por Lobato é Reinações de Narizinho, uma mistura de fantasia e realidade que atrai crianças e adultos. O livro é composto por onze capítulos subdivididos em oitenta e dois micros capítulos, possui cento e sessenta e oito páginas e ultrapassa a edição de número quarenta e oito sendo editado pela Editora Brasiliense. Neste livro são apresentados os personagens do Sítio do Picapau Amarelo. D. Benta a avó que está aberta às descobertas das crianças, Tia Nastácia a negra sem cultura que representa o adulto cheio de superstições. Pedrinho e Narizinho crianças sonhadoras que querem ser felizes e viver suas aventuras. Visconde de Sabugosa o boneco de milho que é sábio e Emília a boneca de pano que parece bruxa e fala tudo o que pensa. O livro é composto por várias estórias, é uma curiosa mistura de personagens já conhecidos dos Contos de Fada e trás a inédita viagem ao Reino das Águas Claras. Liberdade é a palavra que define o Sítio do Picapau Amarelo onde tudo é possível com o “Faz de Conta” e o pó mágico que os leva aonde querem ir. Mas é Emília quem toma conta da cena, é uma boneca egoísta, mandona e esperta. Lobato coloca na boneca toda má criação que não pode aparecer nas crianças. Pedrinho e Narizinho devem comportar-se como espera a sociedade da época, segundo seus valores. Infelizmente hoje, as “Emílias” são maioria. Quando Lobato escreveu, as crianças eram massacradas pela família e pela escola, a repressão era a forma de educar. Hoje as “Emílias” estão nas ruas, egoístas e arrogantes, trazendo problemas. Lobato também usa os bichos para fazer uma crítica, pois no livro os bichos são mais inteligentes que os seres humanos. O livro fala do Brasil dos costumes do povo brasileiro de “mansinho” sem ser didático. Ficar lagarteando ao sol, comendo jabuticabas, subindo em árvores, quem não fez isso, garanto que tem vontade de fazer.
Lobato é assim irreverente,