Resenha o Psicólogo Clínico e a Higiene Mental
Raquel da S. Porcellis
O psicólogo clínico e a higiene mental capítulo 1 do livro Psico-Higiene de José Bleger, ano 1992 – 3ª edição, mostra no início do capítulo o autor exemplificando uma medicina preocupada essencialmente em atuar nas emergências, ou seja, quando o sujeito já adoeceu e necessita de cuidados urgentes que não teriam a necessidade de aparecer caso tivesse sido feita uma medicina preventiva de forma correta. Espera-se na maioria das vezes que a pessoa adoeça para, então, cura-lá, em lugar de evitar que a doença se instale já que somos capazes disto. Tendo em vista as inúmeras áreas de atuação do psicólogo clínico, muitas vezes voltado inteiramente para os problemas da psicologia da saúde, ele tem de se situar no até agora pouco definido campo da higiene mental, e à medida que vá mergulhando inteiramente nesse campo, o mesmo irá se mostrando mais claro e nítido, sendo fundamental que o psicólogo clínico esteja devidamente preparado e instruído nessa prática, não estando somente preparado para a terapia individual e sim para a saúde pública, e dentro dela a higiene mental. A doença e sua profilaxia não são o objetivo mais recente da higiene mental, e sim um melhor nível de saúde da população, tirando o foco da doença e colocando no desenvolvimento pleno dos indivíduos e da comunidade que estão inseridos. O psicólogo clínico deve ocupar um lugar em toda a equipe de saúde pública, devendo ficar prevenido ao possível preconceito de outros profissionais, e até mesmo de outros psicólogos frente a psico-higiene. Por fim, o autor enfatiza que cabe ao psicólogo avaliar os preconceitos, resistências e os medos à mudanças, intervindo perante as relações humanas em suas manifestações, assumindo um papel nos diferentes processos: terapêutico, profilático, de reabilitação e de diagnóstico precoce.