Resenha O jogo do poder

Jogo e Poder

REIMER , H. Interpretação: Jogo e poder; Goiânia: Editora da UCG, 2009. 6 p.

A tarefa da interpretação tem numa figura da mitologia grega seu símbolo maior e próprio. Hermes é o “patrono” da Hermenêutica, pois o mesmo era o responsável por ser o mensageiro entre os deuses do Olimpo e os homens, e por si fazer interpretação da mensagem a ser transmitida. Certo também é que Hermes muito provavelmente atuava no campo próprio do que hoje chamamos de interpretação. Todas as questões práticas e/ou teóricas que hoje manejamos no campo próprio da Hermenêutica estão de, alguma forma, prefiguradas em Hermes, este patrono grego da Hermenêutica, esta arte ou ciência que trata dos processos interpretativos. Tudo se resume em ser mensageiro daquilo que está escrito, sabendo fazer interpretações para facilitar o entendimento da mensagem a ser transmitida.

Ofício de comunicação e, simultaneamente, de tradução, e assim, de interpretação. Será que palavras em si têm sentido unívocos ou estão sempre envoltas em mantos de polissemia? Para essa pergunta temos a Hermenêutica que é a ciência da interpretação e que estuda as regras de interpretação. Contudo, a interpretação pode ser um jogo onde os sentidos nunca estão claramente enunciados, apesar da clareza das palavras.

No exemplo apresentado no texto percebemos uma má interpretação das palavras por parte do amigo de Hagar, a ambiguidade das palavras do homem do primeiro quadro trouxe o lado cômico do quadrinho. Entretanto as características do missionário já introduziam qual seria a sua mensagem. Exercitantdo seu lado lúdico, procurando descaracterizar a seriedade e o poder de quem fez seu primeiro enunciado, trazendo dissenso em relação ao sentido provavelmente original da frase. Criar um dissenso, entrando no campo lúdico.

A interpretação pode ter essas duas faces: jogo ou poder. Uma palavra ou um texto tem ou pode ter vários sentidos. Interpretação envolve a multilaterialidade lúdica de relações, a fixação de um