resenha a magia lucida

597 palavras 3 páginas
Resenha crítica de “A magia lúcida” in A magia lúcida.
CORREIA, Marlene de Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002, 187 págs.

Em “A magia lúcida”, Marlene de Castro Correia apresenta o conceito da ironia romântica e comenta a importância dessa construção na poética moderna e, sobretudo, na poética de Drummond. Pensar no quão importante tem sido a abordagem do que se convencionou chamar de ironia romântica passa antes pela avaliação do que ela seja.
Vista como única linguagem capaz de se adequar a uma consciência moderna dividida, a ironia romântica é antes de tudo uma tendência que produz uma arte desvinculada de seu caráter ausente e distante, proporcionando uma aproximação maior com o objeto artístico.
Dessa forma, Drummond parece surgir como o poeta que habilmente faz uso dessa forma de expressão tornando-a “atitude fundamental” de sua poesia.
Poeta capaz de perceber e explicitar o processo criador de sua obra, Drummond faz uso dessa autoconsciência para lançar sobre sua obra questionamentos e discussões dotados de uma estruturação metalingüística em que o poema torna latentes suas contradições, suas auto referencias e suas inquietações.
Trabalhando as ambigüidades implícitas da arte o poeta mineiro atua tanto no nível imaginativo quanto no representativo, no material e no estrutural. Paradoxalmente essas forças, naturalmente opostas, se apresentam na obra de Drummond numa articulação que ora tendem para esse ou aquele nível sem, no entanto, fazerem desse movimento um discurso dicotômico claro.
Responsável por costurar esse caminho entre este ou aquele nível de estruturação poética está a ironia romântica a qual faz da ruptura artística e da conseqüente inserção do escritor na obra um procedimento comum ao poeta e recorrente em sua obra.
Outra pratica comum na obra drummondiana é percebida quando essa ironia romântica funciona como elemento questionador do próprio poema. Contesta-se, critica-se e menospreza-se para fazer o leitor participar

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