RESENHA - Trabalho e competência profissional
TEXTO: Trabalho, qualificação e competência profissional – dimensões conceituais e políticas
A resenha apresentada tem como objetivo discutir o texto Trabalho, qualificação e competência profissional – dimensões conceituais e políticas, escrito pela professora-doutora livre-docente pesquisadora do Cedes/Unicamp Silvia Maria Manfredi, na qual serão apresentadas noções de qualificação e competência e suas respectivas interfaces, considerados pela autora conceitos polissêmicos, variando quanto aos parâmetros teórico-metodológicos utilizados para investiga-los.
Manfredi aborda neste artigo que a noção de competência é multidimensional, que vão desde o nível individual até o sociocultural, situacional e processual.
A autora fala de noções de qualificação como sinônimo de preparação de “capital humano”, sobre o qual o Estado faz investimentos em processos de formação e incrementos do número de pessoas que possuem as habilidades, a educação e as experiências indispensáveis para o desenvolvimento político e econômico de um país. A criação de capital humano se assimila a uma inversão em benefício do homem e de seu desenvolvimento como um recurso criador e produtivo.
No plano macrossocietário esta concepção de qualificação gerou uma série de políticas educacionais voltadas para a criação de sistema de formação profissional estritamente vinculada às demandas e necessidades dos setores mais organizados do capital e de suas necessidades técnico-organizativas.
Partindo disso surge a necessidade da qualificação formal, sobre a qual alguns autores mencionam o fenômeno da supereducação ou superqualificação, em que as pessoas passam a receber mais educação, em média, do que realmente necessária no emprego.
Essa assertiva, segundo Euguita (1991, p.250) procura dar respaldo científico às políticas neoliberais de educação, baseadas na visão de Estado Mínimo.
A partir da necessidade do mercado formal de trabalho, vinculada ao sistema de educação escolar surge o