Resenha sobre a "rádio favela 106,7mhz"

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
COMUNICAÇÃO SOCIAL – RÁDIO E TV
OFICINA DE REDAÇÃO PARA RÁDIO
PROFESSORA: PATRICIA ROCHA
ALUNO: THALES MOURA

RESENHA SOBRE O FILME “UMA ONDA NO AR” E UMA REFLEXÃO SOBRE AS RÁDIOS COMUNITÁRIAS À LUZ DAS IDÉIAS DE CICÍLIA PERUZZO.

A criação da “Rádio Favela 106,7MHz” partiu da iniciativa de quatro jovens da periferia de Belo Horizonte para dar voz à comunidade em que viviam. Em um contexto de preconceito racial e social, no final do período de ditadura militar no Brasil, os quatro jovens se arriscaram ao desafiar o sistema de governo vigente no país e contrariar o interesse das autoridades públicas. A partir da concepção de que o ar é um espaço público e que todos têm o direito de usá-lo, inclusive para a difusão de idéias, os quatro amigos oprimidos pela falta de uma voz que os representasse e que servisse de denúncia ao que acontecia dentro da comunidade de Nossa Senhora de Fátima, como o abuso de autoridade por parte da polícia e o descaso por parte dos governantes, resolveram, então, improvisar uma rádio. Mesmo com uma estrutura precária e carência na parte técnica, os jovens conseguiram improvisar uma rádio voltada à comunidade e “entravam no ar” todos os dias no horário do radiojornal nacional “A Voz do Brasil”. Defendendo a idéia de que as notícias difundidas através do “A Voz do Brasil” ou por qualquer outro programa não abarcavam a realidade deles; não sanavam as necessidades da comunidade; e que não lhes davam voz, precisavam, portanto, de uma voz mais próxima que os representasse. Então, os jovens colocavam no ar todos os dias às 19h o programa intitulado “A Voz do Povo” com notícias e serviços que tinham como público-alvo a própria comunidade. O que gerou uma grande audiência e acabou chamando atenção fora da comunidade, tanto das autoridades como de jornalistas e da população civil em geral. Mas, como no Brasil é proibida a transmissão através das ondas de rádio