Resenha Piaget

A visão filosófica de que o conhecimento é um produto da construção humana é antiga, mas Piaget foi, neste século, o pioneiro do construtivismo na cognição humana. É assim que Moreira inicia o trato do construtivismo de Jean Piaget em seu livro Teorias de Aprendizagem. Num contexto histórico, foi a partir da década de 70 que o cognitivismo foi ganhando espaço e o behaviorismo perdendo dentro do cenário do ensino e da aprendizagem.
A teoria de Piaget não é “A Teoria Construtivista”, ou mesmo o construtivismo é Piaget. Existem outros nomes, outras perspectivas sobre o construtivismo, mas devido a sua influência e por ser mais conhecido, essa confusão ocorre com Piaget.
De maneira resumida, Moreira apresenta a obra de Piaget destacando dois pontos: os períodos de desenvolvimento mental, que estão relacionados com os estágios gerais do desenvolvimento mental na criança de acordo com a sua idade, e alguns conceitos-chave como assimilação, acomodação e equilibração, mais próximos do que seria processo de aprendizagem na teoria piagetiana, cujo foco não é a aprendizagem mas o desenvolvimento mental da criança como um todo.
Os períodos de desenvolvimento se dividem em quatro, os quais dependem da idade: o sensório-motor, pré-operacional, operacional-concreto e operacional formal. O primeiro período se estenderia do nascimento aos dois anos de idade e, nesse estágio, a criança evoluiria de fase em que ela não diferencia o seu eu do restante do meio, com movimentos descoordenados e tendo o corpo como única referência para uma fase final onde ela já considera seu corpo como outro objeto entre os demais e como fonte de seus próprios movimentos (a criança começa a andar, por exemplo). O importante aqui talvez seja que a criança responde a objetos que não estão em seu campo de visão, o que evidencia uma realidade cognitiva além da física.
No pré-operacional, que vai dos dois aos seis ou sete anos de idade aproximadamente. O uso da linguagem, de símbolos caracteriza essa etapa