Resenha inside job

O documentário americano Inside Job,, de Charles Ferguson, traduzido para o português como “Trabalho Interno”, apresenta uma análise crítica sobre a crise econômica mundial, que teve seu ápice em 2008, liderada pelos Estados Unidos. Através de entrevistas com empresários, professores acadêmicos das mais renomadas universidades americanas, funcionários públicos do governo de Bush e Obama, e fazendo um apanhado da situação financeira dos EUA desde a Grande Depressão, em 1929, Ferguson demonstra que a crise financeira que estremeceu a economia da maioria dos países do mundo teve seu início ainda na década de 1990, no governo de Clinton. Criticando o modelo de política econômica, embasada na autoregulação do mercado, adotado pelos EUA, o documentário demonstra os efeitos nocivos que este tipo política econômica criam na sociedade, principalmente sobre os mais pobres que muitas vezes, ludibriados por investidores, perdem o pouco que economizou, como em fundo de aposentadorias ou reservas para a compra da casa própria. Ferguson deixa clara sua indignação ao constatar que diversos investidores, que foram os principais responsáveis pela crise, fizeram parte do governo Bush e do governo Obama, com o discurso de que iriam salvar o país da crise. Denotando que os causadores da crise saíram ilesos desta tormenta, ou até mais ricos, graças às suas relações complexas com o governo e com as universidades que repassavam verbas para estes, através de financiamentos ou convites para palestras e seminários. O documentário mostra os efeitos da crise não só nos Estados Unidos, como também na China e França, além de partir da crise econômica na Finlândia como pano de fundo para analisar a intrínseca atuação dos americanos no desenrolar de todos estes acontecimentos. “Trabalho Interno” mostra que hoje, também por conseqüência da crise, os EUA têm seu parque industrial enfraquecido. No entanto, estes continuam com papel preponderante na economia