Resenha "Imagem Pré-Fotográfica-Pós" e "As imagens técnicas: da fotografia à síntese numérica"

Os textos de Lucia Santaella e Arlindo Machado possuem um olhar diferente sobre a Fotografia. A primeira, fala da periodização da Fotografia em três simples divisões: a Imagem Pré-Fotográfica, a Imagem Fotográfica, e a Imagem Pós-Fotográfica fazendo associações aos três registros psicanalíticos da dimensão psíquica humana: o imaginário, o real e o simbólico. O último, por sua vez, usa da periodização da Fotografia para explicar a relação da imagem com os dispositivos técnicos. Embora o tema dos dois textos sejam diferentes, estes se assemelham, porém, em alguns pontos. O objetivo desta resenha é citar as diferenças e semelhanças entre os artigos por meio da análise dos dois textos. Comecemos, então, pela representação da imagem bem antes de qualquer captação da realidade por meios tecnológicos. Por meio de um questionamento, Machado procura explicar como as imagens (não só fotográficas, mas as pinturas, esculturas) não podem ser criadas sem nenhuma intervenção de um dispositivo técnico. Para isso, parte da afirmação de que a técnica implica a criação artística, e assim distingue as imagens subjetivas (as imagens interiores, que deformam a realidade) das imagens objetivas (imagens exteriores, que é a representação do real por meio de máquinas e instrumentos), cujos conceitos tem origens no objetivismo do Renascimento. Ao mesmo tempo, Santaella em seu artigo “Imagem Pré-Fotográfica-Pós” desenvolve os “paradigmas”, onde a sua divisão periódica do surgimento da imagem até a digitalização da mesma reforça a ideia de que o que se passa no universo das imagens não é nada novo, e, sim, o aprofundamento de técnicas. Esse é um ponto em comum aos dois textos. Há uma ruptura no texto de Machado, no momento em que o autor menciona a descoberta das propriedades fotoquímicas dos sais de prata na fotografia. Nesta ruptura, percebemos a semelhança e a diferença entre a fotografia e a iconografia renascentista, que é, respectivamente, a reprodução mimética do visível