Resenha História da Sexualidade - A Vontade de Saber - Michel Foucault

RESENHA DO LIVRO HISTÓRIA DA SEXUALIDADE VOL I – A VONTADE DE SABER (MICHEL FOUCAULT)

Resenha para o Curso
Período: Noturno

2010

1- Nós Vitorianos

Neste capítulo inicial, Foucault aponta no que concerne às teorias que colocam o sexo em discurso, um caráter a interpretá-lo como uma história de crescente repressão, ou “uma hipótese repressiva”. Questionar, passar em revisão os discursos que sustentam essa hipótese e principalmente identificar os mecanismos de poder e estratégias sob as quais estão aliados, são as tarefas que Foucault se propõe.

Houve na era vitoriana uma relação de acolhimento da sexualidade. Se antes os “corpos pavoneavam” e se exprimiam sem pudores nas falas, gestos, a partir do século XVII ganha a “monotonia da burguesia vitoriana”: a sexualidade é trancada dentro de casa e assume caráter estritamente privado e conjugal, com a função primeva de reprodução. Tudo que não se relaciona a essa regra, e que não se diz, torna-se proibido, o corpo e a palavra ganham símbolos de recato e dever ao silêncio.

Ainda sob esta ótica, Foucault cita como exemplo a razão que se ganha a negação e interdição de uma sexualidade infantil a partir da idéia de que criança não tem sexo. O que não se fala não se vê e evita-se. A lógica repressora ganha contornos diferentes do aspecto jurídico, principalmente por manter na negação do discurso, a afirmação de sua inexistência.

Se há desvios no discurso e na conduta sexual que esses encontrem amparo em lugares e tipos, que se não objetivam produção e reinscrição dessa ilegitimidade, mas sim o lucro: casas de tolerância e de saúde, o cliente, o psiquiatria e a histérica. São lugares que compõem as concessões dentro da hipocrisia burguesa, onde paga-se alto preço. Fora deles “o puritanismo moderno teria imposto seu tríplice decreto de interdição, inexistência e mutismo”.

É sobre a apresentação desse cenário de