Resenha - FUNARI, P. P. e SILVA, J. G.. Teoria da História. Coleção Tudo é História. São Paulo, Editora: Brasiliense, 2008

FUNARI, P. P. e SILVA, J. G.. Teoria da História.
Coleção Tudo é História. São Paulo, Editora: Brasiliense,
2008, 103p.
Resenha por João Guilherme C. A. de Souza.
O processo de construção do pensamento histórico.
No livro Teoria da História (2008), FUNARI e SILVA mostram, e explicam a
"trajetória evolutiva" das “tendências” do pensamento historiográfico (sem colocar nenhuma corrente de pensamento como superior a alguma outra), que contribuíram para a construção do nosso “pensar” histórico atual.
Portanto, coloca a História como um campo de estudos interdisciplinares
(relacionando-a com a filosofia, geografia, ciências sociais, estudos das línguas, entre outros) de caráter subjetivo, ou seja, não tendo uma única resposta para cada “questão” levantada. Este livro foi escrito de uma forma muito resumida, clara e didática, de modo a quase se tornar "vulgar", pois se trata do desenvolvimento de uma obra muito sucinta e esclarecedora, com um caráter de divulgação historiográfica, que segundo o historiador francês
Henri Irenée Marrou (1904-1977), é muito importante que hajam obras com essa função introdutória, para que a teoria da História se popularize.
Na obra supracitada, podemos acompanhar todo o processo de construção do "ver" histórico, desde seus primórdios até as escolas mais contemporâneas, passando pela Grécia Antiga (484 a.C.) até os pósmodernos atuais. E nada melhor para se iniciar a explicação desta, do que o significado etimológico da palavra "história", que provém do termo grego historía, que significa pesquisa, observação de caráter investigativo, não se restringindo somente ao estudo do passado. O conceito de teoria da História que temos atualmente, só surgiu no século XVIII, em função da busca do racionalismo e iluminismo por explicações concretas dos eventos ocorridos, e suas consequências, rompendo assim com as tradições antigas, onde o tempo é visto como um "continuum", tendo uma linha muito tênue que distingue o presente