Resenha (Edição nº 34) "Evolucionismo cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer", por Fernanda Delvalhas Piccolo (*) Dados do livro resenhado: Título da obra: "Evolucionismo cultural

1166 palavras 5 páginas
A obra organizada por Celso Castro, antropólogo e diretor do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas, reúne textos, escritos entre 1971 e 1908, de três autores clássicos da tradição evolucionista da antropologia: Lewis Henry Morgan (1818-1881), Edward Burnett Tylor (1832-1917) e James George Frazer (1854-1941). Na apresentação do livro, Celso Castro traz o contexto no qual esses textos foram escritos bem como notas biográficas de cada um dos autores, abordando de que maneira surgiu em cada um o interesse por temas relacionados à antropologia, como parentesco, a própria definição de cultura, religião, e que os colocaria no “panteão dos fundadores” da disciplina. Castro ressalta, ainda, a extensão e a influência da obra desses autores sobre outros, como a leitura do texto de Morgan por Marx e Engels que contribuiu para a escrita da obra desse último “A origem da família, da propriedade privada e do Estado”.

Ainda, segundo Celso Castro, os textos reunidos “além de sua importância histórica, [...] sintetizam idéias-chave de teoria e método característicos do evolucionismo cultural”. Tal tradição antropológica estava inserida no contexto científico do século XIX, no qual a forma de apreender e explicar os fenômenos tanto naturais quanto culturais era predominantemente evolucionista, isto é, havia um progresso direcionado de formas simples às complexas, da homogeneidade à heterogeneidade, das atrasadas às avançadas. Nesse contexto, aliado à aceitação do postulado pós-darwiniano de que toda a humanidade teria uma origem comum (monogenismo), a grande questão que tomava conta do debate antropológico e sobre os quais os autores reunidos na obra buscavam respostas era: como pode haver uma grande diversidade cultural entre os povos se há uma origem comum? A solução a esta questão é a existência de uma evolução, isto é, haveria um caminho a ser trilhado por todas as sociedades, numa trajetória vista como obrigatória, unilinear e ascendente, partindo do estágio “selvagem”, passando

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